quinta-feira, 11 de novembro de 2010

blood, girl, blood


apertados demais eles estão
rodeados de amarras e pregas
a respiração é incomoda
e nunca se vira um corpo com tanta vontade de engolir ar
goles e goles de ar
e o tempo é contado em cada fração
na espera
muitas mesas ao redor
um pedido para distrair
muitos frascos
todos entupidos
e o seu sopro
forte como as catástrofes que desertam cidades
tai dai na minha blusa.

sábado, 6 de novembro de 2010

Sombra

sem um mínimo de jeito
descrente das habilidades
guardando os antigos hábitos
recorrendo a eles
em sua plena tensão de ser
de ser só com você
o comentário não é seu
e a bicicleta a muito no canto
atravessa a cidade
na noite de ventos raros e frios
sem o sono
sempre à espera
espera que nunca deveria acontecer
ação que nunca teria de existir
mas é como se o freio que falta
está ali para não te fazer parar
e se acaso ouses tentar
irá sangrar e o esforço da volta será maior e penoso
rápido segue
e como se o ar morto se esvai no vento
pulsando mais forte dentro do vestido
o vermelho chegava
e escorria por todos os lados.

Pedido

gritando até as cordas arrebentarem
até que a vontade supra todo o normal
e a tosse seja esperança
mais que o clamor de um milagre
e que seja como discurso: único
e o seu eco ladainha na mão das peregrinas
que repetem o idioma secreto dos desejos
eu só te peço isso: escuta