segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Janela gradeada

leão com blusa cor de mundo visto de cima
eu astronauta louco
flutuo na possibilidades de pouso
sondando e planejando o futuro da humanidade
há vida em marte?
há vida no planeta de camisa folgada
microorganismo se satisfazem com seu cheiro
permaneço na emcubadora
realidade de gravidade
um prazer em ser mutante, freak exagerado
poderia eu acertar na bolinha vermelha
e levar o ursinho pra casa
o plim destrava a armadura
e repõem a paralisia dos membros nunca usados
com lindas asas
leão vire um pouco pro lado
e limpe a bagunça desses corações destroçados
e me construa uma dessas suas blusas folgadas
prometo te alimentar sempre

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Era feliz...

Você está sentado
e todos estam a ti olhar
o que há detrás deste sorriso
um convite calmo pra algo demorado
não tem presa
e você mostra que não teve
enquanto de uns os arrepios surgem de imaginar
você ri e mostra um lado da árvore que crescem frutos
são maçãs
nesta região não é muito comum
mas não estamos no mesmo lugar
o tempo saiu para descansar
e enquanto a lembrança estiver dentro das cestas
potes de doces
ficará lá
você não queria ir muito longe
queria ficar mais um pouco
talvez até que tudo se rendesse
numa lenta despedida
num abraço
o sol reinará mesmo estando nublado
e que o calor seja praguejado
hão de vir macieiras
e seu fôlego acabará com tanta excitação
vai querer escalar
alpinista de lençol
e seu riso marcado vai estalar nas minhas maçãs
no meu requiem.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Bossa

de jeito bem levinho
de lado na rua
com mão na cintura
rindo pro estranho
me fazendo desconfiar
em passos curtos sigo esperando se virar
tracei linha reta
e um pedaço de vento enganchou num cacho
e meu passo passou a ser resguardado
pela surpresa de seu olhar
e o estranho, o mais animado
me pôs na roda
e me fez cantar
toda sem jeito fui buscar o tom
nos bolsos do vestido
meu cacheado me jogou no seu abraço
e num samba dobrado
eu tive que entrar
mas o moreno é danado
e sabe encantar
no samba cartilhado
fui a rimar
e num bloco o cordão se fez
pelas ruas eu busquei
e trago no braço o meu rei

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sem fiapo

estando bem distante
com fogo suficiente pra anos
desperdiço sete oitavos da preservação
tudo é tão familiar
ruas passam em minhas pernas
muros e placas me empurram à frente
tudo o que espero é um chamado
reconhecimento, passo por ti a anos
noto quando te cortam a raiz
queria uma dança
algo que talvez te traga pra perto devagar e demorado
sem soar estranho
um "hold your hand"
tão natural quanto o neon
eu máquina de gelo seco
esperando que puxem o fio
que me estanque a caminhada
reparando e medindo como um comerciante a distância
esperando o fim do plano do charme
para o plano do ceder
sequência...
silêncio...
explosão...
fogos de artifícios
maçãs