sábado, 16 de agosto de 2008

CHEIRO DA BORA

Atravesso o mundo ao teu encontro
Ao longe tua imagem me guia
Entre as luzes dos faróis e o fim da rua
Sinto tua mão pousar em meu ombro
Descendo até encontraer a minha

Agregando minha cabeça em teu peito
Caminharia infinitamente sentindo teu cheiro
Confortante aroma do café, entre goles e beijos
Esqueço de mim e me direciono a você
Prosador de mil palavras.

Texto:arpuro

AMARCIANO

VAIDADE
VÁ IDADE
VALIDADE
VALOR DADO
DADO
UM LADO
OCO

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Mais um dia...

Mundo estranho, mondo bizarro
me deparo todo dia com a vontade esquecida
e o desejo corrompido pela obrigação de ser normal.
Até os poste que me seguram quando quero
baixar a temperatura do coração e encher a cabeça
de luz, me diz: - Menina olha pro céu e esquece de que ele
é feito, faz como faço, que observo tudo e guardo dentro de mim,
para no grande dia eu cair e eles não mais poderão me segurar.
A maldade está nos olhos de vidro, que nunca vêem nada e acabam
pelo nada se formarem.

sábado, 9 de agosto de 2008

Na minha impureza eu havia depositado
a esperança de redenção nos adultos.
A necessidade de acreditar na minha bondade
futura fazia com que eu venerasse os grandes,
que eu fizera à minha imagem, mas a uma
imagem de mim, enfim purificada pela penitência
do crescimento, enfim liberta da alma
suja de menina. E tudo isso agora o professor
destruia meu amor por ele e por mim.

(Clarice Lispector)

Quando é noite...

Rapaz, este riso no canto da boca me tira do sério,
caio na tua. Olha pra mim, me responde,quero ver
seus olhos lindos, olha! Aqui às 01:30h da manhã
você na calçada e eu na cadeira de espaguete...
Seguro em tuas pernas, recobertas por um jeans
vagabundo. Levanta essa cabeça, vai! Os meninos
estão voltando cheios de sacolas e garrafas, enquanto
olho na diração dos galhofeiros, você me rouba um
beijo levando minha alma. Levanta da rígida cadeira
e deita em cima do meu corpo, passeando sua mão
na malha de minha blusa... Todos estão de volta, e
fingindo um falso sono roça seu rosto em meu queixo
e pescoço. A barba por fazer me arrepia.
A serenata continua...
O lindo som do dedilhado, todas as canções sendo
declamadas ao pé do ouvido. O feitiço dá certo, e
agora sou eu quem quer encontrar seus lábios, e
sentir em meus poros o vapor de tuas narinas.
Longo momento ignorado pelos que riem e
conversam inutilidades... Estou sensível a tudo:
teu tragar de meus lábios e dentes, o delirante roçar
da língua, passeios de mãos em lugares inexplorados.
O movimento dos corpos equilibrados na frágil cadeira.
De repente sinto tua força e ela é como a onda de um mar
tempestuoso, que a tudo traz para si... Todo o conjunto
do teu ser é como o quebrar da ondas; que com o passar
das horas se acalma e os raios solares fazem-te,
então repousarem no meu colo.

Texto: Arpuro

MARCAS

Junto da velha cama o porta-retrato ainda guarda a tua foto.
Os dias passam e mais distante de mim ela fica. Perto da
janela a cadeira ainda tem tua camisa esquecida vermelha,
que por tantas vezes bruscamente, subitamente arranca
va-lhe do corpo. Perto da porta a parede ainda secreta
suas declarações com meus batons: avelãs, vermelhos,
vinhos. Palavras que aindam me regam todas as manhãs
quando viro de lado e não vejo teus lindos cachos me dizendo:
-Bom dia !

Texto: Arpuro

PLACAS

DESÇO e SUBO por ruas
indicadas por sinais que
nem sempre INDICAM
a solução a verdadeira
razão da minha PROCURA.