sábado, 21 de janeiro de 2012
Curativo
saia feicho tatuado na pele
vermelhidão
pequena coceira
parte integrada pelo amasso do teu calo
parte doente de tanto sangue que existe
salto alto
pro fundo dos pés
dos teus pés
calo em todo canto
silêncio sopro
canto da quinta
dia preferido de uma canção feliz
lugar travado na garganta
pedaço
retalho
de um pano rasgado
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Estalo
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Magia
domingo, 22 de maio de 2011
Cuidado e lembrança
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Estorietas do Chico
contando os quadrados e os posters enfeitando a beleza da rua, errando e se deixando ficar lento
esperando o famoso milagre particular, esperando a estrela brilhar,
o momento tão esperado acontecer, se bastasse tanto suor, tanto cansaço
a caimbra despontando na perna esquerda, a menos usada
um assobio me vira a esquerda e como fosse para não ter virado
para não ter atendido o chamado,
meu rosto é posto de volta ao lado que estava
um soco, firme e forte
a mão dele deve estar doendo muito, mais do que meu susto
mais do que minha embriaguez, que não distingue rosto
que parece irreversivelmente desfocada
e tento me contorcer
voltar a ser feto
mas o joelho duro e pontiagudo me crava a costela
um dia sendo Eva eu seja perdoado
e o chão que por muitas vezes foi meu recipiente de frustrações
me parece o mais confortável dos alentos
e era pra nos encontrarmos
acaricio e ele não me reconhece
mas não quero ser breve
rolo de um lado a outro
bola de meia nos dribles dele
e como um sono celestial me ponho a fechar os olhos
parece que o que bate se lembrou de algo e vai
e me deixe ali
vejo os passos calçados saltarem no ar num slow
abro os braços e rio, rio desesperadamente
demorarei o tempo certo para chegar em casa