terça-feira, 12 de maio de 2009

Tardes sem / com o sol

o teor alcoólico misturado com o ar vespertino
que é percebido pelo estado do sol
a tarde que muitas vezes passa sem ser percebida
é usada no momento com marca prazeirosa de lembrança
para preencher o ócio da solidão social.
marco bem firme as mãos em tuas largas costas para saber até onde
posso te segurar, te prender
usar de minha pequena força para te deter em mim um tempo maior.
sede de teu suor inconfundível, sede de tua pele que se cansa , mas não se entrega
ao esgotamento, se entrega a mim, que tenho sede.
o teor de álcool aumenta o desejo velado num conjunto de roupas.
que não fazem nenhum sentido agora, que serão recolhidas depois, depois, bem depois.
num gesto de fim, de conclusão.
do sentido real de nossa presença mundana
valor de igualdade de animal,
não importa as bugigangas que nos prendem num eterno aborrecimento.
sinto que meu corpo é vivo e que recebe em si outro ser vivo
que se move
que se agita
que perturbar o som pausado de meu corpo
que agora inconsciente clama por algo inaudível
grito demoníaco
grito bendito
passa tudo agora fica o cheiro
o mesmo da cachaça
o mesmo do suor
momento do corpo gravado e grafado no cheiro.

Texto: ARPURO

Um comentário:

Val (: disse...

Acho que nem preciso falar oq eu achei desse...
Nem preciso!
=x
Mas eu vou dizer...
Quê que eh issoooooooooo, Raquel?!!!
Tá demais!
Demais mesmo, sabe?!
*-*
a m e i !