sexta-feira, 17 de julho de 2009

rasgar folhas não adianta, rever as cicatrizes não adianta
passar e fingir que não conhece,
não, não sei quem é você
deste tamanho, estes inchaços, este fluído maligno que se espalha
que me retrai, me força a vigiar-me.
não conheço você, que nos outros é tão normal é esperado
é irritante ser igual, pertencer
e acabar sendo...
ter a missão de carregar um fardo, dois, talvez cinco de uma só vez
buraco cheio de cavidades
profundo mar
recifes de corais
ecossistema
um sistema ecoando ruídos dissonantes
que acontece sem querer,
tem de ser
sem controle.
sem sentido
meu protesto é inválido
o tempo não perdoa
ele é quem manda:
"depois que terminar junte tudo o que sujou e jogue no lixo"

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