sexta-feira, 2 de outubro de 2009

uma obrigação mediocre
faltou água para limpar o chão
e não sou eu quem vai limpar
esses momentos são os melhores para se usar
do trabalho braçal de quem só reclama
entonces...
não me enrole
nem minha blusa
o que podia ficar de formalidade foi deixado para trás
protocolo quebrado
uma frase cliché sempre desperta risos
ainda mais safadamente empregada
a surdez chegou a todos
hã? chega mais perto...
engraçado nunca fui de acreditar em paranormalidades
a sincronia telepatica é perfeita
e tudo dança no teu compasso no teu canto
primeiro a sonsa depois a vagabunda
finjir burrice cansa
desperdiça descuidos agradavéis
perceber uma cicatriz de um corte profundo no maxilar perto da ponta da orelha esquerda
relembrar as traquinagens infantis é um aperitivo fabuloso de atenção
como cabelo maior ninguém veria
na cozinha um pano torcido no canto e a mancha desaparece
em qualquer outro canto teu riso leve me fixa de vez
na volta a torta porta se fecha acordo sem perceber
se vivi ou sonhei.

Um comentário:

Daiane Cristina disse...

"primeiro a sonsa depois a vagabunda
finjir burrice cansa"
Ow..nem me fale, ótimo texto....faz tempo que não leio algo tão...(sem palavras)
o texto tem um jogo de situações e de palavras que me remete ao cotidiano. Simplicidade e sofisticação. Adoro!