sexta-feira, 30 de abril de 2010

Som

até o meio dia repouso de balaio, numa cesta bem enfeitada
sem mais preocupações, além do calor e suor esperados
respirando com força, movimentando o estômago cheio e
esticado na toalha, no alto as folhas que ainda vão cair
de que tanto esqueço, de que tanto ignoro
e que faz abrir os olhos para se dar conta dos milagres em volta
frutas podres perto dos pés
nuvens cinza claro
a muito não chove
a muito não choro
e as cores da infância, as do caderno de desenho se desmancham na minha frente
entre o piscar mais lento e pesado
poderia esquecer a enchada e a pá
elas me fazem prestar mais atenção e ser mais paciente
lembrar pra onde tenho de voltar
que por mais que as fotos sejam tiradas
a porta vai bater na minha cara e não me deixar mais passar
baterias mortas
músicas mortas
e vento e folha e celular a tocar

Nenhum comentário: